No mundo das relações econômicas internacionais o processo de tomada de decisões é lento, muito lento, e a reunião do G20 em Cannes não fugiu a este conhecido roteiro. Como esperado não há nenhum cavaleiro branco disposto a socorrer a zona do euro, apenas cobranças e promessas de ajuda, caso consigam chegar a um acordo entre os seus membros. É o caso, por ex, de apoio a participação ativa do FMI, sem detalhar como isto será possível sem novo aporte de capital. A grande novidade é a decisão da Italia de abrir seus livros para o FMI, esperando com isto reverter a percepção negativa do mercado e conseguir colocar titulos a juros menores. É uma tarefa dificil, já que o problema é essencialmente político: uma coalização frágil e incapaz de colocar em pratica as reformas necessárias e urgentes para a retomada do crescimento da economia italiana. Na área fiscal o único problema da Italia é sua divida pública, mas o deficit fiscal, assim como o resutado primário estão entre os melhores da zona do euro. Divida alta por lá não é novidade, mas torna-se problematica com um crescimento econômico pra lá de anêmico.
No Império a criação de postos de trabalho em outubro e principalmente os dados revisados de agosto e setembro, suavizam um pouco o cenário do mercado de trabalho, sem contudo altera-lo significativamente: são numeros ainda muito baixos e mantem a taxa de desemprego em 9% e confirmam que a recuperação - se é que esta é a palavra adequada - é lenta, muita lenta....
A semana ainda não terminou, já que o resultado do voto de confiança no parlamento grego somente será conhecido por volta da meia noite, no horário grego.
Update: o primeiro ministro grego sobreviveu ao voto de confiança. Berlusconi recusou uma oferta de empréstimo do FMI. Segundo o FT o empréstimo seria de 50bn de euros. Com a oferta do empréstimo e supervisão do FMI e dos enviados da zona do euro, a Itália esta recebendo tratamento semelhante ao dos quebrados, sem estar quebrada.