segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Cotas e Pro-Uni...
O debate sobre as cotas nas Universidades estatais, lembra um pouco o debate sobre Pro-Uni- nas instituições privadas de prestigio: comentava-se pelos corredores sobre o impacto negativo sobre a qualidade do ensino e do sofrimento que seria lecionar para este tipo de aluno. Populismo bradavam os mais exaldados. A reação negativa não ficava restrita a direita(enrustida), mas incluia, também, a esquerda dita revolucionaria que tacitamente concordava com o tom geral da critica e adicionava a sua cereja favorita: a defesa do ensino público. Estavam, obviamente, equivocados: alunos do Pro-Uni são ótimos alunos e abraçam com uma garra incrivel a oportunidade de aprender e participar da construção de um país socialmente mais justo.
Os comentários nos corredores à esquerda e à direita eram uma clara demonstração de preconceito e reação instintiva de defesa de privilégios. Este é o caso do artigo do Vinicio Mota, na Folha desta segunda-feira. Ele argumenta que "as cotas em universidades públicas mudarão o destino de poucos --na hipótese, a ser provada, de que essas instituições mantenham seu prestígio no mercado de trabalho." Erra em relação ao numero dos beneficiados e aproveita pra fazer terrorismo com a queda de prestigio das instituições estatais. Esta última é uma possibilidade remota como podemos inferir a partir da experiência americana e da própria historia das Universidades: a perda de prestigio - por qualquer motivo - é rara, já que requer um período longo de tempo para alterar a percepção do mercado sobre a qualidade dos seus graduados. São fatos bem conhecidos na literatura mas ,aparentemente, ignorados nas conversas de corredores e pelo colunista da Folha.