quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Pérfida Albion
Nenhuma novidade no esperado discurso do Cameron, Primeiro Ministro da perfida Albion: referendum prometido para 2017, caso seja re-eleito. Prometeu lutar para convencer o eleitorado a votar pela permanência na União Europeia, depois de conseguir, obviamente, negociar um tratato com condições mais vantajosas para o seu país. As chances disto acontecer são pequenas e como a saida é uma pessima opção, tudo leva a crer que tudo não passa de uma grande jogada para acalmar a ala europeia do seu partido e garimpar alguns eleitores de outros partidos na próxima eleição. A reação alemã e francesa foram duras, já a holandesa, como esperado, foi, diplomaticamete, calorosa. Laurent Fabius foi bastante feliz ao comentar que ""if you join a football club, you can't say you want to play rugby". O sonho inglês, ou melhor dizendo o delirio britanico, é transformar a União Europeia em uma versão melhorada da Area de Livre Comercio Europeia. Este tipo de proposta, no momento em que se discute a consolidação da união europeia na área fiscal, é de uma falta de realismo político inacreditável...
Se o discurso do Camerom é um deja vu inofensivo, o mesmo não se pode dizer do que vem ocorrendo no Japão. Devido às pressões do recem eleito Primeiro Ministro, o Banco Central adotou a mesma política do FED e do BCE: compra ilimitada de divida pública japonesa. O objetivo oficial é resolver o problema da deflação que castiga, há varios anos, a economia japonesa - dai a meta de inflação de 2%-, mas tudo indica que o objetivo real é depreciar a moeda japonesa e deste modo favorecer as suas exportações.É uma jogada perigosa que poderá transformar em realidade a famosa guerra cambial denunciada, prematuramente, pelo Mantega. A Coreia já sentiu o impacto causado pelo política do FED e não deve estar nem um pouco feliz com a decisão japonesa e deverá levantar a lebre na próxima reunião do G20. Não será a única. O encontro promete grandes emoções nos bastidores e trabalho arduo na redação do comunicado final.