Há pouco à acrescentar ao excelente artigo do Martin Wolf, que em linhas gerais , em nada difere dos posts publicados neste blog. O "socorro" a AIG era inevitável, já que sua falência, sem controle, bateria diretamente e rapidamente sobre o lado real da economia o que daria a crise uma dimensão ainda maior. Digo sem controle e inclui as aspas, porque o termo correto, ou mais apropriado seria falência controlada.O impacto foi postergado ou distribuido ao longo do tempo , mas, seguramente não foi eliminado: há um número razoável de candidatos a bola da vez , alem, é claro, do possível retorno do risco moral. O Fed continua ganhando tempo.
Ele tem razão , o pior ainda não passou:”reverter excessos de tal escala envolve quatro processos gigantescos: a queda dos preços inflados dos ativos a um nível sustentável; a desalavancagem do setor privado; o reconhecimento dos prejuízos resultantes para o setor financeiro; e a recapitalização do sistema financeiro. Para piorar tudo isso, haverá o colapso da demanda do setor privado, conforme o crédito encolhe e a riqueza diminui.”E em relação a esses quatros processos, o governo pouco poderá fazer, já que, como observamos em outro post, ele não somente é inevitável, como necessário, ai incluindo o ajuste na demanda do setor privado. Se alguém tem dúvidas, melhor reler Marx, Schumpeter ou Hayek, economistas de posições politicas e teóricas diferentes, mas com ótimas análises sobre a dinâmica da economia de mercado
O argumento usado pra socorrer a AIG, também, recoloca em debate a questão do tipo de propriedade, privada ou pública. Como bem observa Buiter:
“If financial behemoths like AIG are tôo large and/or too interconnected to fail but not too smart to get themselves into situations where they need to be bailed out, then what is the case for letting private firms engage in such kinds of activities in the first place?
Is the reality of the modern, transactions-oriented model of financial capitalism indeed that large private firms make enormous private profits when the going is good and get bailed out and taken into temporary public ownership when the going gets bad, with the tax payer taking the risk and the losses?
If so, then why not keep these activities in permanent public ownership?There is a long-standing argument that there is no real case for private ownership of deposit-taking banking institutions, because these cannot exist safely without a deposit guarantee and/or lender of last resort facilities, that are ultimately underwritten by the taxpayer.”
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