Como era esperado e comentado em um post anterior a crise atual não se resume a um problema de liquidez, esta, na verdade, é uma manifestação da crise. O descasamento entre ativos e passivos é mais profundo e disseminado que aquele apresentado nos cenários dos otimistas de plantão. Não, ainda não é a revolução esperada pela turma que se passa por economista em Barão Geraldo, Perdizes e alhures, mas deverá, cedo ou tarde, impactar sobre o setor real da economia.
Esse é um fato reconhecido ate pelo ex- manda chuva do Fed. A era do crédito fácil chega ao fim, assim como o sonho tolo e ingênuo de um capitalismo auto-regulado e indolor. A intervenção estatal, na forma de resgate e socorro aqueles que não são avessos ao risco, simplesmente, compra tempo, mas não resolve o problema. A correção é necessária e salutar, ainda que dolorosa, e postergá-la no tempo, simplesmente piora a situação.
Resta saber qual será o impacto sobre economias emergentes, como é o caso da brasileira. Ela, naturalmente, não está imune, mas a intensidade desse impacto ainda não é possível avaliar.