No verdadeiro FEBEAPA que tomou conta da mídia com a denúncia do grampo, é difícil discordar da opinião do Vinícius Torres Freire da Folha de S.Paulo:
”Mesmo descontada a indignação, Mendes passou dos limites ao atropelar até seu declarado apreço pela presunção de inocência. Se disse que o presidente tem de ser chamado "às falas", é porque atribui culpa a alguma repartição do Executivo e, por tabela, a Lula. Mendes tende a passar dos limites políticos e constitucionais porque tem inclinação para fazê-lo, pendor notado desde que se comportava de maneira autoritária e atrabiliária na Advocacia Geral da União, sob FHC.”
Ele tem razão. Chamar o presidente da República “as falas” é inaceitável. A figura menor que ocupa posição de destaque na mais importante corte do país tem uma atração irresistível pelos holofotes que não é compatível com o cargo que ocupa. A corte é importante demais para o ordenamento democrático para manter-se em silêncio, ou mostrar-se solidária aos desatinos deste senhor.
Naturalmente, não se pode, de modo algum, tolerar o grampo, que deve ser investigado e o culpado sujeito aos rigores da lei. Contudo, se provado que os agentes do Estado são inocentes e vitimas de difamação, os responsáveis também devem responder por seus atos.