E, finalmente, o governo americano cedeu às pressões e criou sua forma, pouco original e envergonhada de socialismo dos ricos. A crise chilena dos anos 80 e a estatização do bancos pelo Ditador Pinochet , paladino do liberalismo dos Chicago boys, já havia demonstrado os limites do mercadismo selvagem. No Chile o resultado da intervenção foi positivo e o custo pago, goela abaixo, pelo contribuinte chileno. Será diferente em uma democracia? Dúvido, mas posso estar errado.
Esta é a solução para a crise? Não, mas sem ela a crise poderia ganhar uma dimensão ainda maior. A estatização envergonhada resolve, ou melhor atenua o problema de liquidez e seria a solução se este fosse o único problema. Mas sabemos não ser o caso: as outras intervenções, já demonstraram que elas simplesmente compram tempo, mas não conseguem debelar a crise. Para tanto é necessário resolver o problema de descasamento entre ativos e passivos, em linguagem mais simples, escolher quem vai pagar o pato. Como este descasamento inclui vários mercados interligados, é necessário ampliar a intervenção estatal, o que implica em aumentar a conta a ser paga pelos contribuintes, ou deixar que o mercado resolva o problema e assumir os custos econômicos, sociais e políticos.
Ninguém nunca afirmou que o capitalismo era um sistema indolor. De tempos em tempos, uma espécie de purgação faz se necessário: queima de capital, destruição criadora , etc. A função do Estado é minimizar esta purgação, mas não me parece, que ele tem o poder de eliminá-la. Ate os keynesianos hidráulicos reconhecem este triste fato da vida econômica. Já os marxistas - hoje uma curiosidade histórica, exceto em Perdizes - nunca estiveram preocupados em administrar o capitalismo e por isto mesmo devem estar felizes com o que eles, provavelmente, consideram mais uma demonstração da inferioridade de tão malefico sistema econômico. Resta perguntar: qual a alternativa?