Aconteceu o que não se esperava, mas que estava presente na fala tortuosa de vários deputados, republicanos e democratas, nos programas dominicais da CNN e da FOX. Como um líder republicano comentou, de passagem, é verdade: não poderia mudar a consciência de alguns dos seus liderados. Uma confissão estranha, mas um sinal do que poderia acontecer. No cenário mais otimista o plano seria aprovado por uma maioria apertada.
A reação do mercado asiático, no domingo a noite, já indicava que o nervosismo deveria prevalecer ao longo da segunda-feira. Vale observar que ele não é explicado, somente pela rejeição( ou pela possibilidade que isto viesse a ocorrer) do Plano dos 700 bi, mas, também, pelos problemas enfrentados por alguns bancos europeus e a secura no mercado de crédito. Sem mencionar que vários economistas americamos não estavam convencidos da eficácia do plano. Havia, é verdade, consenso quanto a sua necessidade: melhor do que ficar de braços cruzados. O que não é um bom argumento se você é um político em ano eleitoral, convidado a aprovar um plano que estava longe de ser popular.
Há, como já comentamos em outros posts, apenas 3 soluções: a solução de mercado e seu oposto, a nacionalização ou estatização e uma terceira, que seria uma combinação das duas primeiras: compra dos ativos tóxicos, seguida de capitalização das instituições que ainda não estão insolventes, e solução de mercado para àquelas insolventes. É o que a experiência sueca e a chilena, entre outras nos ensina.
No Brasil, um dos “notáveis”, o famoso “avvocato” e conselheiro do Lula, na Folha de hoje, crítica a miopia ideológica dos republicanos que, segundo ele, seria responsável pela rejeição do plano. Naturalmente ele deve acreditar que político comete suicídio em ano eleitoral. Teria ele esquecido, por acaso, da época do Plano Cruzado.? Ah! é claro, pimenta nos olhos dos outros não arde.
Interessante foi a reação do Alexandre “eram os deuses astronautas “. Já está admitindo a possibilidade da existência de um problema de insolvência. O “ avvocato”, por sua vez, continua prisioneiro da leitura hidráulica do Keynes: para ele, aparentemente, é um problema de liquidez. E ainda há quem o leve a sério.