Dados do BCE, indicam forte participação dos bancos da Espanha e da Italia no mercado de divida soberana, sinalizando provável forte demanda na próxima rodada de oferta do empréstimo de três anos com juros de 1% a.a. O sucesso desta forma criativa de "quantitative easing" pela porta dos fundos na redução dos juros da divida soberana com prazo inferior a 3 anos , assim como sobre o mercado secundário dos titulos de 10 anos, também se verifica na nova emissão deste último, como podemos inferir do resultado do leilão desta terça feira dos titulos italianos com esta maturidade: 3.75 bilhões de titulos de 10 anos, com juros de 5.5%, contra 6.08% do leilão de janeiro e bid to cover de 1.4. É o melhor resultado desde setembro de 2011. Os titulos de 5 anos tambem obtiveram boa demanda, com bit to cover de 1.42.
A demanda pelos emprestimos do BCE na segunda oferta a ser realizada esta semana deve ser pelo igual a primeira, podendo ser inclusive superior. Esta possibilidade ganhou força com a disposição da empresas automobilisticas de usarem seu braço financeiro para participar da oferta de emprestimo. Dificil resistir a uma oferta com juros tão baixos que, ao que tudo indica, não implica em má fama a quem a ele tenha recorrido na primeira rodada.
Mudando de assunto. Recomendo o artigo bem interessante do Oreiro no Valor desta terça feira sobre Keynes e juros. É uma leitura bem fiel ao velho bigodudo de Cambridge e tradicionalmente associada aos Sraffianos/Neo-ricardianos, principalmente ao recem falecido Garegnani. Curioso encontra-la em um artigo de um respeitado post-keynesiano. Gostei, naturalmente, do artigo.