terça-feira, 6 de março de 2012

Adivinhe que manda no Copom?

A defesa do Interesse Nacional é, naturalmente, a prioridade numero um do Chefe de Governo/de Estado e por isto é perfeitamente compreensivel a reação da atual administração à política de relaxamento monetário colocada em pratica por diversos países e, criativamente ou pela porta dos fundos, pelo BCE. Esta política é um instrumento importante de um conjunto de medidas, cujo objetivo é abrir o caminho para a recuperação econômica e não visa, obviamente, debilitar as economias emergentes. É uma medida correta e quem dela discorda deveria apresentar uma alternativa econômica e politicamente viável.

O "tsunami monetário " per si não explica o grande afluxo de capital ao país. A alta taxa de juros no grande bananão é também um fator importante, mas o mais relevante de todos é, como argumentamos em outro post, o bom estado da economia brasileira. O crescimento anemico de 2011, 2.7%, em nada altera este cenário, tão pouco a provável mudança de direção na inflação a partir do terceiro trimestre. É sempre bom lembrar que o Brasil não tem nenhum dos problemas e riscos políticos de outros emergentes com números melhores no front econômico. Ate mesmo a interferência política nas decisões do copom, não me parece ser suficiente para alterar a boa fotografia brasileira junto a quem realmente conta.

Ah! já posso ouvir o comentário: que interferência? O comentário do assessor especial da Presidencia para assuntos internacionais, desmentido pela Presidenta, não deixa nenhuma sombra de dúvida sobre esta questão. Os áulicos de sempre vão continuar negando. Melhor seria apresentar um argumento justificando a morte da independência do Bacen. A Presidenta, afinal,é, apesar da breve passagem pelo famigerado tumulo da economia , unicamp; graduada por importante escola de economia e, ao que consta, ótima economista. Economista, qualquer que seja a linha, na Presidência, continua sendo economista e dificilmente vai aceitar de bom grado abrir mão da palavra final em questões econômicas. É uma tentação difícil de ser resistir. Desnecessário mencionar que é recomendável resistir...