O preço "spot" do petroleo continua elevado, 125 dolares o barril e bem distante do preço para entrega em 2018, 95 dolares. É este gap que explica os rumores que Estados Unidos, França e Reino Unido, estariam estudando a possibilidade do uso coordenado do estoque estratégico para acalmar o mercado e reduzir os preços. Como mencionado em outro post, se mantido neste patamar elevado, o petroleo poderá ser, novamente, responsável, pela piora na situação da já combalida economia mundial, com impacto negativo sobre a reeleição do Obama. Aparentemente a intervenção coordenada teria sido sugerida pelos Estados Unidos, que faz todo sentido, seja na esfera política, quanto na econômica. No caso desta última, o mercado ainda esta digerindo o cenário apresentado pelo Bernanke, em particular a falta de sustentabilidade da recente perfomance do mercado de trabalho.
Um outro ponto a observar é o otimismo embutido no preço futuro do petroleo. Assume-se, que o desequilibrio entre oferta e demanda é um problema de curto prazo, que seria resolvido, no longo prazo, com aumento significativo da oferta. Não sei se realmente é um cenário realista. A demanda deverá aumentar com a nova classe media dos países emergentes e a prospecção de petroleo em, alguns casos, só é economicamente viável se o preço for mantido em patamar elevado. Isto não implica negar o papel da especulação na enorme diferença entre os dois preços. Ela, porém, espelha incertezas realmente existentes devido as medidas tomadas contra o Irã e o clima politico em importantes regiões produtoras de petroleo.
Ele é um problema criado, principalmente, pela esfera política e por isto mesmo a solução cabe aos políticos o que é mais um motivo pra preocupação.