Mais uma uma semana de tomada de decisões importantes na zona do euro. A Alemanha aceitou uma solução de compromisso que permitiu elevar o valor do firewall. Isto foi possível com a combinação dos recursos do atual European Financial Stability Facility com o futuro European Stability Mechanism e exclusão dos 200bi comprometidos com a Grecia, Portugal e Irlanda, do valor deste último. É um valor expressivo, mas infelizmente abaixo do necessário no caso de um cenário de piora da situação econômica na Espanha e na Italia. É melhor resultado possível na estranha dinâmica política da zona do euro e pre-requisito para retomada da negociação com o FMI. Alias, os Brics continuam dispostos a conversar, mas exigem como contrapartida rediscutir a divisão de poder. Em bom portugues: querem mais poder. Sem isto não abrem a carteira.
O duro pacote de austeridade espanhol é uma aposta em um caminho com resultado mais do que incerto. Será dramático no curto prazo e, não, necessariamente, um paraiso no longo prazo. É o tipo de tratamento que poderá levar o doente bem próximo da morte, mas, que, no entanto, ajuda sem dúvida a salvar os demais pacientes e por isto mesmo tornou-se não somente necessário, mas inevitável. O receio de um orçamento em desacordo com as diretrizes de quem de fato manda na zona do euro, havia alterado o movimento de queda dos juros dos títulos de 10 anos da Espanha, colocando-o, inclusive, em patamar superior ao da Italia, alem de, também, colocar o deste último, no mesmo caminho ascendente. O risco de contágio havia retornado e poderia colocar em risco todo o avanço obtido nos últimos meses. Felizmente, um firewall mais robusto, ainda que não no valor por todos desejado e as medidas do governo espanhol, parecem ter sido o suficiente para acalmar o mercado e retomar o controle da situação.
Em resumo. A situação esta sobre controle, mas, como mencionado em outro post, apesar de ser a estrada correta, ela esta sujeita a vários solavancos...