Demorou, mas finalmente o governo reconheceu o impacto negativo do IOF sobre as exportações. Como a medida( IOF sobre as posições vendidas em derivativos cambiais) é de julho de 2011, a repentina mudança de opinião é estranha. O argumento que era novidade e que já previsto, também, não cola. Recorrer a justiça nunca foi o suficiente para sensibilizar o governo. O temor de que está medida, antiga, somado a implementada esta semana, estaria dificultando a vida dos exportadores me parece a melhor explicação. Em outras palavras, a equipe econômica, como reza a cartilha heterodoxa, adora fazer novos experimentos, mas leva um tempo danado para controlar os Frankenstein que cria.
Por falar neles. O BACEN, aparentemente, definiu 9% como o nirvana de sua política monetária. A razão, infelizmente, não é o reconhecimento que seu compromisso primordial é com o combate a inflação e sua convergência para o centro da meta. O motivo, oculto, mas conhecido pelo mercado é o velho problema da remuneração da poupança, que mesmo com o nível atual de juros, dependendo da taxa de administração do fundo de investimento, já é uma boa alternativa. É um grande vespeiro, já que qualquer alteração, ainda que bem fundamentada e necessária, poderá ser instrumentalizada pela Nova Direita como um novo Plano Collor. Bico de sinuca, sem solução fácil, politicamente falando.