Segundo reportagem no Valor desta sexta-feira, importantes economistas desenvolvimentistas, reunidos em evento no conhecido Country Club da Rua Itapeva, defenderam a adoção de meta para o cambio. Como mencionado em outro post, está não é uma tese nova e tão pouco uma jabuticaba exótica. Ela é interessante, mas de difícil administração e requer um volume de reservas bem maior que o brasileiro. Dai, não ser possível comparar a situação do grande bananão com a bem sucedida experiência suiça. É uma alternativa que ainda requer um estudo mais aprofundado.
Flassbeck da Unctad observa, com propriedade, que a "inflação e o custo unitário de trabalho tem subido mais do que nos parceiros comerciais do país" e a solucão seria um acordo entre o Bacen e sindicatos, meta de inflação na casa de 2% a 3% e convencer os trabalhadores a aceitarem aumentos de salários menores. Com isto seria possível baixa os juros e dar credibilidade a meta de câmbio. Concordo com a analise, porém, não vejo como garantir reajustes salariais menores com a taxa de desemprego abaixo da sua taxa natural. É o tipo de proposta somente viável no chamado capitalismo renano/economia social de mercado que parece ser pra onde se encaminha o bananão, mas ainda não chegamos lá. Uma outra possibilidade é uma piora na performance da industria aumentar o desemprego , que reduziria o poder de barganha dos sindicatos. Cenário pouco provável em razão da origem política da atual administração.
O cenário mais provável é a manutenção da rotina de novas medidas visando conter a apreciação da moeda e sua convergência para um valor em torno de 1,80 , criando incertezas e volatilidade no mercado cambial, alem de estragos, não intencionais, no setor exportador.