Em editorial desta quinta-feira o Valor, reconhece, finalmente, que (a) "parece cada vez mais claro que a tendência de valorização do real vai durar um bom tempo", (b) "Um dos efeitos do protecionismo, e da desvalorização da moeda que se quer atingir com ele, é a queda dos salários internos e uma elevação, pelo menos inicial, do nível de preços. No passado, foi um desastre". Já não era sem tempo, reconhecer (a), mas (b) é ainda mais importante porque ate o presente momento ninguem, absolutamente ninguem, havia mencionado este resultado desagradável da proposta desenvolvimentista, praticada com maestria pelo esforçado economista da Ditadura, hoje incorporado ao panteão de herois do desenvolvimentismo e da esquerda festiva. ARROCHO SALARIAL, pode parecer um exagero, mas não é. Ao contrário, esta expressão exprime com o precisão
o objetivo da proposta de política economica dos desenvolvimentistas para salvar a industrial nacional. Inflação é outro resultado que, não por acaso, também, ajuda a obter a queda dos salários internos.
Bresser Pereira, no mesmo jornal, argumenta que ela seria "pequena e temporária". Já comentamos, em post antigo, que não é verdade e tão pouco aceitável. Quem sabe o seja para os endinheirados, seguramente não o é, para a maioria da população. Ele desdenha como ortodoxia neoliberal, o argumento que a desindustrialização teria outras causas: infra estrutura insuficiente, impostos altos demais, em outros. Ele esta redondamente errado. São fatos que ele mesmo, no passado, reconhecia que requeria solução urgente.