quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Espanha respira...



Finalmente foi conhecido, nesta quinta-feira, o relatório dos dois consultores contratados para avaliar a situação dos bancos espanhois. O valor da recapitalização - entre 16 bilhões e 62 bilhões de euros - corresponde a dois cenários: cenário de normalidade econômica e cenário de stress com forte contração da atividades econômica. Os bancos que precisam de aporte de capital já estão recebendo ajuda da Frob e não inclui os 3 maiores bancos espanhois, Santander, BBVA e Caixabank. É uma excelente noticia, seja pelo valor, bem abaixo do emprestimo prometido pela comissão europeia, como pela confirmação da solidez dos grandes bancos e a delimitação precisa do problema. Com isto será possível reverter a lenta fuga de capitais e reduzir os juros da divida espanhola. No leilão desta quinta-feira, foram colocados 2.22 bilhões, superando a meta que era de 2bilhões de euros, mas os juros atingiram novos recordes, apesar da demanda ter sido boa. A média dos juros dos titulos com maturidade em 2017 ficou em 6.072% contra 4.96% do último leilão, já a dos titulos com vencimento em 2014 e 2015 ficaram em 4.706% e 5.547% respectivamente. No mercado secundário, o titulo de 10 anos ficou abaixo dos 7%.


O governo espanhol, aparentemente, optou por solicitar, formalmente, o empréstimo somente na segunda-feira e usar o fim de semana para tentar conseguir novas concessões da Alemanha. Há ainda detalhes importantes a serem negociados: quando deverá ser pago o emprestimo, os juros, as condicionalidades, a origem dos recuros que, como mencionado em outro post, é considerada fundamental para o mercado já que dele depende a questão da senioriedade/lugar na fila do caso do barco espanhol afundar. Não será nenhuma surpresa se as negociações sobre estes pontos se estender por dias e ate semanas.


Esta não foi a única boa noticia para a Espanha nesta quinta-feira. O ECB estuda flexibilizar as regras das garantias exigidas nos emprestimos de liquidez e criar um novo novo procedimento de rating que tornaria desnecessário o uso das agências de ratings. Com isto seria possível evitar problemas de liquidez de bancos causados pelo rebaixamento da divida soberana, alem de reduzir sobremaneira o papel das agencias de rating o que ajudaria e muito na solução da crise da zona do euro.


A Espanha continua na marca do penalti, mas reduziu bastante a probalidade da necessidade de bailout do soberano o que não é pouca coisa.