sexta-feira, 22 de junho de 2012

A solidão da Merkel...


Mais uma semana de alta ansiedade que termina com reunião entre Espanha, Italia, Alemanha e França para aparar as arestas antes da reunião de cupula nos dias 28 e 29 de junho. O resultado não poderia ser outro: isolamento da Alemanha e acenos de medidas para o longo prazo, quando o urgente são medidas de curto prazo. Não espero muito na reunião da próxima semana, que deverá girar em torno dos detalhes do emprestimo a Espanha e o que fazer com a Grecia. Alias, a Espanha ganhou um aliado de peso: Lagarde, do FMI, defendeu, enfaticamente, o emprestimo direto aos bancos espanhois e o uso dos recursos do EFSF para comprar titulos soberanos. A proposta é interessante, mas problematica, já que o volume de recursos é limitado e se usado para esta finalidade, comprometerá a sua capacidade de socorro no futuro. Melhor esperar a reação do mercado ao detalhamento das condições do emprestimo espanhol, mais precisamente a questão da senioridade em relação aos credores privados. É isto que preocupa o mercado e explica os altos retornos exigidos na compra de titulos da divida espanhola, que por sua vez, contamina a italiana. Resolvido esta questão, os retornos devem cair para um nível ainda alto, mas sustentável.

A situação na zona do euro continua complicada, mas longe, muito longe do apocalipse prognosticado pelos pessimistas de plantão.