A relação entre capitalismo e doutrina social da igreja é, no mínimo, controversa e sujeita a leituras diferentes e, as vezes, opostas. Na America Latina, por ex, a turma da teoria da práxis(teologia da libertação) apresenta uma leitura fortemente influenciada pelo marxismo, em que o desaparecimento do capitalismo é a condição fundamental para superar os problemas sociais. Nos USA um grupo de intelectuais influentes, do que por lá é chamado de libertários, e próximos dos neo-conservadores, apresenta uma leitura recheada de elogios ao capitalismo e crítica de alguns documentos do magistério da Igreja sobre a questão social.
A revista Commonweal publica em seu último número um interessante artigo sobre a leitura deste último grupo. Para o autor do artigo, Angus Sibley, “We Catholics should not be shy about what distinguishes our récipe for the good society from that of libertarian theorists. We should not be afraid to insist that the health of communities and the demands of justice should take priority over the growth of markets”. Concordo com o autor e apenas acrescentaria que devemos seguir o mesmo procedimento em relação aos teóricos marxistas.