sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Auto-engano

A vida de coordenador de curso não é nada fácil, ainda mais quando se mora a uma distância razoavel do Campus,..., por isto dei um tempo e somente ontem voltei a visitar os blogs de alguns economistas do mundo anglo-americano. O clima está estranho: há uma dificuldade imensa de reconhecer a realidade do jogo político e entender a lógica de propostas para sair da crise, que, na verdade, simplesmente, a aprofunda ainda mais. A racionalidade da aparente irracionalidade do agente político e do econômico ainda prega peças em mentes brilhantes.

O clima, como ,não poderia deixar de ser, é pessimista: a depressão econômica, antes uma possibilidade remota, agora tornou-se um evento cada vez mais provável. Isto é assustador para uma geração de economistas acostumados à administrar os revezes triviais da economia e que consideravam algo mais sério como uma reliquia do passado, do período em que o parco conhecimento econômico somado as tolices do mundo político permitia que surgissem crises de grande dimensão. Puro auto-engano, ou desconhecimento da história econômica. Crises, principalmente, financeiras graves, são recorrentes ao longo da história econômica e servem pra nos lembrar da tolice que é achar que possam ser totalmente eliminadas, não pelas razões apresentadas pela heterodoxia, mas pelo simples fato da economia de mercado ser o locus do agir humano individual e coletivo e eles nem sempre são triviais.