Com a crise econômica esta, novamente, aberta a temporada de caça aos economistas, principalmente aqueles que, apesar de tudo, ainda acreditam nos beneficios do livre mercado. Jornalistas trabalham contra o tempo e por isto mesmo deles não se pode esperar grandes análises sobre nenhum tema. Este é um fato a ser levado sempre em consideração, mas ultimamente eles estão passando do limite do aceitável. Um pouco de horas b. na biblioteca é o suficiente para recordar que a alternativa ao sistema de mercado apresenta um histórico de miseria econômica e existencial, para não mencionar a ausência total de qualquer resquicio de liberdade. Ate prova em contrário, liberdade individual ainda está associada a economia de mercado. É preciso, no entanto, reconhecer que há varias modelos de economia de mercado e o que está em crise é o adotado pelo mundo anglo-americano. Os demais modelos, social democrata, democracia social de mercado, etc, pagam o preço de se viver em um mundo em que os mercados estão interligados: a crise de um modelo, acaba respingando, as vezes fortemente, nos outros, mas isto não nos permite afirmar que todos os modelos de economia de mercado estão em crise, muito pelo contrário.
Não há nada de errado em se pensar em alternativas ao atual modelo, mas desde que o resultado não seja pior que o oferecido pelo atual modelo: a economia de mercado ainda é o melhor sistema para produzir riqueza, mas pessimo para distribui-lo. Este deveria ser o ponto de partida pra qualquer alternativa... O resto é conversa de boteco, agradável para quem mora em higienopolis-perdizes e pode dar-se ao luxo de esperar o dia da revolução tomando champanhe e apreciando o que há de melhor na culinaria paulistana; já para o resto, a maioria da população o papo é outro...