quarta-feira, 4 de julho de 2012

Doa a quem doer...



O escandalo em que está metido o Barclays é o mais recente de uma lista de casos nebulosos em que a origem parece ser sempre a mesma: a City de Londres. Dificilmente ficará restrito a este banco, já que expressa a cultura dominante no mundo bancário que nasce com as reformas de 1987, disseminadas mundo afora nos anos 90. É, também, mais uma demonstração da fragilidade do modelo de economia de mercado anglo-americano que antes da crise era vendido como o ideal a ser seguido por todos os países. Ironicamente, o escandalo ainda não ganhou uma dimensão maior, devido ao pouco que resta do famoso clima de clube do bolinha da City, de ação entre amigos. Não por acaso, Bob Diamond é um americano...

O setor bancário é muito importante para o bom funcionamento da economia de mercado e por isto não se pode perder a oportunidade, criada pelo escandalo, para rever o modelo atual da indústria bancária, principalmente a cultura nela dominante. Mudança cultural não é nada fácil e requer um tempo razoável, porém, é um desafio que deve ser enfrentado por aqueles que acreditam ser a economia do mercado a melhor forma de organização da atividade econômica.