quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Deja vu espanhol...


Dia complicado com queda nas bolsas mundo afora e retorno dos rendimentos dos juros espanhois de 10 anos fechando o dia em 6.064%: o maior desde 6 do corrente mês. Motivos é que não faltam para este comportamento do mercado. Na terça Alemanha, Finlandia e Holanda voltaram atras na promessa que os recursos emprestados a Espanha pra socorrer os seus bancos não seriam de responsabilidade do tesouro espanhol. É um serio retrocesso, porque se esperava, que com a aprovação do fundo permanente de socorro,isto também seria estentido a Irlanda e Portugal. Ao negar o acordo, os três porquinhos do Norte deixaram o mercado com a pulga atrás da orelha, afinal se negam este acordo, porque não adotariam o mesmo procedimento em relação aos outros? O fim da senioriedade dos empréstimos prometido pelo ECB, por ex.

A insistência de Rajoy em postergar ao máximo o pedido de socorro ao fundo de resgate, somado ao crescimento do sentimento pro-independência na Catalunha é mais lenha na fogueira espanhola. A probabilidade dos catalões conseguirem independencia do Reino da Espanha é muito baixa, mas sinaliza às dificuldades que o governo central deverá encontrar com as medidas de austeridade que estão sendo negociadas com as regiões com dividas elevadas. Isto porque os motivos que levaram os moderados lideres da Catalunha ao radicalismo foi justamente a intransigência do Rajoy na negociação da divida catalã e do novo pacto fiscal que reduziria as transferências para o governo federal.

Amanha será conhecido o orçamento espanhol para 2013, na sexta a Moody's publica a revisão do "rating" espanhol e tudo indica que o resultado não será nada bom. Neste mesmo dia também será conhecido, oficialmente, o valor do socorro aos bancos espanhois.

Resta saber ate quando Rajoy vai resistir às pressões do mercado e dos seus parceiros da zona do euro. É bom lembrar, mais uma vez, que o volume de rolagem da divida pública em outubro é considerável o que torna arriscada a, aparente, estratégia espanhola de esperar as eleições de 21 de Outubro para finalmente pedir ajuda ao fundo de resgate. Tudo vai depender do comportamento do mercado na quinta e sexta feira desta semana.