quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Viva Mario Draghi...
Desta vez o ECB entregou o que prometou. O plano "monetary outright transactions", como antecipado no post de ontem, será por tempo e montante ilimitados; a compra será esterilizada; não há senioridade; está limitado a compra de titulos de 1 a 3 anos e, naturalmente, o país que solicitar o socorro deverá aceitar o plano econômico apresentado por Bruxelas. Em outras palavras, apenas os países que já solicitaram o bail out completo, podem solicitar ao ECB a intervenção no mercado de titulos soberanos, os demais, Espanha e Italia, por ex., ainda devem pedir ajuda e negociar as condições. A grande novidade é o novo papel do FMI, que passa a ser responsável pelo monitoramento do plano econômico, apesar de não fazer nenhum desembolso. Ele é apenas o capitão do mato.
A reação do mercado foi muita boa, como podemos inferir pelos rendimentos dos titulos italianos e espanhois de 10 anos que fecharam em 5.261% e 6.030%. Já os de 2 anos foram negociados a 2.268% e 2.959%. Quedas significativas em relação a ontem que, alias, vinha ocorrendo desde o momento em que o mercado concluiu que a promessa do Draghi era pra valer. Isto apesar da oposição do Bundesbank. Mais uma vez, a razão política prevaleceu e, neste caso, ao contrário do que argumenta o mamute alemão, ela não contradiz a racionalidade econômica.
Como mencionado ontem, está não é bala de prata, apenas mais uma etapa no longo processo de construção da União Europeia. Detalhe ignorado, por analistas apressados, que insistem em apostar no fim do projeto europeu.