segunda-feira, 30 de abril de 2012

Austeridade não é o remedio para todos os males..



Mais um belo presente da S&P para a Espanha : rebaixou a nota de 11 bancos espanhois. A medida já era esperada e , portanto, já havia sido antecipada pelo mercado. Ela, no entanto, vem reforçar o diagnóstico sobre a fragilidade de seus bancos e a necessidade, urgente, de recapitalização. O FMI já havia alertado para o problema e sugerido meios para resolve-lo. A solução obvia é o esquema do "Bad Bank" adotado pela Irlanda, com resultados, ainda, controversos, por piorar a situação fiscal do estado, tornando ainda mais dolorosa e demorada a retomada do crescimento econômico. Na atual situação da Espanha este modelo é totalmente inviável. Pensando nisto, a atual administração sugere uma variante deste modelo em que participariam somente os bancos com provisões adequadas para empréstimos duvidosos. Com isto seria possível separar o joio do trigo e aumentar a oferta de crédito, crucial para a retomada do crescimento econômico. A idéia é interessante, mas é difícil avalia-la sem conhecer maiores detalhes. No entanto é fato que ela seria uma opção melhor que simplesmente pedir socorro a União Européia, já que a perda de credibilidade levaria, inevitavelmente, a um pacote completo de bailout, que não interessa a ninguem. A solução seria mais simples e fácil caso o BCE pudesse desempenhar a função clássica de um banco central. Infelizmente, sabemos não ser o caso, devido a firme oposição teutônica.

A Espanha, naturalmente, continua na marca do penalti, mas não acredito na inevitabilidade de um bail out ao estilo grego, pelo simples e bom motivo que a sua economia é bem melhor e a causa da crise ser bem diferente. Insistir exclusivamente no caminho da austeridade é, no entanto, criar uma situação de profecia auto-realizada.