A semana que começou com alta ansiedade em relação ao leilão de divida espanhola na terça e na quinta, termina mais aliviada como o bom resultado deste último leilão e com a excelente noticia sobre o reforço no caixa do FMI: 430 bilhões, na forma de emprestimos, que não implica em alteração na distribuição de quotas. Vale destacar a participação dos paises emergentes nesta rodada de empréstimos, apesar da demanda deles por aumento no capital do FMI e consequente redistribuição no poder da organização para refletir o novo cenário econômico mundial. Em outras palavras, querem mais poder o que não é bem vindo seja do ponto de vista norte americano ou europeu, felizes que estão com o status quo. Se concordaram com o emprestimo, a ser efetivado, na grande maioria, no próximo encontro em junho é porque receberam em troca, pelo, menos a promessa que a questão será discutida durante este encontro.É bom lembrar que trata-se de um compromisso/promessa e em tese poderá resultar em valor menor que o anunciado. Ele vem em boa hora e aumenta sobremaneira a capacidade de reação no caso de piora da situação na zona do euro. Ele, no entanto, não exclui a necessidade de aumento de capital - e realocação no poder no FMI- pra enfrentar um cenário, pouco provável no momento, de resgate de Espanha e Italia. Outra noticia encourajadora vem da Alemanha: pelo sexto mês consecutivo o "ifo business climax" apresenta evolução positiva, ou seja melhora, consistente, no espirito animal do empresário.
Enquanto isto, no grande bananão, como esperado, nova queda na taxa de juros e dificilmente esta deverá ser a última. A atual administração esta determinada a traze-la para um nível que ela considera mais civilizado, independente, dos riscos de um repique inflacionário a partir do segundo semestre e, seguramente, no próximo ano. Na mesma tocada segue a sua política cambial que no melhor cenário apenas da uma sobrevida a setores da industria, mas que podera, em contrapartida, colocar mais lenha na fogueira da pressão inflacionária. Reafirma, com isto, a aposta no crescimento com alguma inflação no futuro que, como sabemos, é parte do mantra dos velhos desenvolvimentistas que pelo andar da carruagem foi incorporado ao receituario do auto-denominada novo desenvolvimentismo, que pelo jeito de novo tem muito pouco.