Recentemente um respeitável economista de esquerda declarou seu apreço pela política econômica argentina. Confesso que à epoca fique perplexo, mas como o admiro e respeito, fiquei em silêncio. Fico pensando qual foi a sua reação a noticia da estatização da petroleira de propriedade espanhola. Provavelmente, deve aprovar. Este pobre bloqueiro, reacionário segundo a turma que se passa por economista pelas bandas do meu prato predileto, considera esta mais uma tolice do conjunto de esquerdismo infantil da nossa mais charmosa colonia. A decisão piora, naturalmente, a visão que o mercado internacional dela tem, mas a sua preocupação, principal, parece ser somente com o público interno. Um ato a mais no grande circo em que se transformou a Argentina e mais barato, convenhamos, que uma nova invasão das Malvinas. Cai como uma luva para encobrir os equivocos da sua política econômica, mas, como não é solução, apenas posterga o conhecimento da verdade.
Imagino que no seu intimo há forte desejo de também pegar pesado com a petroleira brasileira. Em parte isto já vem ocorrendo, mas com o cuidado de não melindrar o governo brasileiro. Ate quando, sabe se lá. Há, por acaso, algum metodo nesta loucura? Acredito que a resposta é não. Dai, tudo ser possível. Nossa colonia parece ter um desejo irresistivel de ficar sozinha, de viver em total solidão. Quem somos nos para dizer não?