quinta-feira, 26 de abril de 2012

Poder da retorica e miseria da teoria...


Em interessante artigo no Valor desta quinta-feira, Oreiro, rebate o que ela chama de " velha cantilena[do pensamento ortodoxo] de que a injustiça social reinante em nosso país é resultado das políticas desenvolvimentistas em voga desde a era Vargas, que protegeram o setor industrial, atuando assim como catalizador de um processo injusto de redistribuição de renda da maioria da sociedade para alguns poucos setores privilegiados da economia brasileira". É fato reconhecido ate pelas velhinhas de Taubate que o padrão de desenvolvimento capitalista no Brasil, para usar uma expressão cara a conhecida escola de sociologia econômica do interior de sp,foi concentrador de rendas e reforçou um padrão secular de injustiça. A industrialização, sinonimo de desenvolvimento econômico, chegou a ser chamada, inclusive, também, de novo nome para a paz. A expectativa era imensa, mas o resultado, do ponto de vista da justiça social, ficou muito a desejar na grande maioria dos países. Ele é, obviamente, o resultado do tipo de industrialização/desenvolvimento econômico adotado e é necessario reconhecer este fato, pra construir o projeto de um desenvolvimento/industrialização que com inclusão social. E este é o grande detalhe ausente na agenda do auto-denominado novo desenvolvimentismo.

Também fato, reconhecido, por ele que a desvalorização do real produz uma redução do salário real. Retomando o argumento do Bresser Pereira, afirma ser , se for bem-sucedida, temporaria. E se não for bem sucedida? A historia econômica brasileira é um longo elenco de promessas, aos trabalhadores, que nunca foram honradas. Porque seria diferente desta vez? O empresário brasileiro sente saudades, para usar uma expressão do esforçado economista da ditadura, das tetas do Estado brasileiro, que sempre esteve a sua disposição, garantindo-lhe retornos de infame saudosa memória. Este padrão tem que ficar no passado e devemos criar um outro fundado na idéia de economia social de mercado, da combinação de uma pulsante e rica economia de mercado com justiça social. Todos sabemos que o mercado é o melhor meio já conhecido para criar riqueza, mas que esta longe de conseguir distribui-la respeitando o principio da justica social.

Para rebater o argumento do Oreiro não é preciso ser membro do pensamento ortodoxo, é suficiente conhecer o modelo kaldor-pasinetti.