Em artigo bem interessante no jornal da ditabranda desta quarta-feira, Mesquita, observa que se é verdade que em 1985,a parcela da industria no PIB era de 27,2%, tambem é verdade que:
"em 1985, em uma economia forçada à autarquia pela crise do balanço de pagamentos e a carência de reservas internacionais, o desempenho comercial da indústria brasileira era aparentemente mais forte do que o atual.
É verdade, também, que o Brasil era então uma espécie de Grécia tropical, estava virtualmente insolvente, vivia recorrendo ao FMI e falhando em cumprir seus compromissos internacionais.
Mais que isso: em 1985, a economia tinha uma taxa de inflação de 10,8% ao mês. O total do ano chegou a 242%, com viés de alta"(p.B8).
Em outras palavras, ele argumenta que a participação de 1985 é o resultado de uma economia fechada e em situação de anormalidade econômica, logo é incorreto comparar este resultado com a participação atual, 14,6%, já que a economia é bem diferente: aberta e com bons fundamentos econômicos. É uma argumento forte e que não pode ser descartado tão facilmente e que, seguramente, explica a queda da participação, mas não o aumento, recente, na velocidade desta queda. Tão pouco responde a questão sobre o que fazer? Como mencionado ontem protecionismo não é uma solução, mas tão pouco é correto não fazer nada. As medidas do governo não resolvem os problemas de fundo, são de fato apenas um esparadrapo, mas sem elas o risco é o desaparecimento do que resta da industria nacional. E isto, naturalmente, seria uma grande burrice.