quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Draghi ganha mais um aliado...
Depois do Draghi, é a vez do Presidente do Bacen da França e representante frances, no Conselho do BCE, Christian Noyer, reafirmar a disposiçao de intervir no mercado secundário de divida soberana da Italia e da Espanha: "Our operations will be of sufficient size to have a strong impact on the markets. We should be ready to intervene very soon, prioritising short-term debt markets". Ele argumenta, também, que a intervenção não é substituto para ação governamental que é o mantra repetido por todos, inclusive o Weidmann do Bundesbank que continua firme em sua oposição a compra de titulos soberanos. No caso deste último, como mencionado, em outros post, o temor é que a redução da pressão na rolagem da divida, poderia levar os lideres dos dois países a colocar em banho maria a implementação das reformas fundamentais para a modernização de suas economias. Este risco existe, mas é muito baixo: Monti não é Berlusconi e Rajoy tem todo o interesse em usar as pressões de Bruxelas para reduzir o grau de autonomia de regiões como a Catalunha. O primeiro não tem a legitimidade das urnas, mas tem feito um bom trabalho, sendo obrigado, é verdade, a fazer uma serie de concessões aos diferentes grupos de interesses italianos, que diminuiram, um pouco, o impacto das medidas, mas que em se tratando da Italia foi um grande avanço. Afinal Roma não foi feita num dia.
O rendimento dos titulos de 10 anos continuam estáveis, com o italiano sendo negociado por 5.86% e o espanhol 6.89%. Já ao espanhol de 2 anos, curiosamente, subiu 15 pontos base, fechando em 4.02%. Digo curiosamente porque ele estava em queda desde o pronunciamento do Draghi sobre a intervenção, se solicitada pelo país interessado, no mercado de titulos soberanos de curto prazo. Como esta promessa, assim como seu foco neste ponto da curva de juros, foi reafirmada hoje pelo Noyer, era de se esperar a manutenção do movimento de queda. Minha aposta é que esta reversão foi apenas momentanea, fruta da volatilidade somada ao comportamento tipico do verão europeu.