terça-feira, 7 de agosto de 2012
Monti
Monti continua com sua campanha em defesa da intervenção no mercado secundário, sem a necessaria requisição do país afetado e, obviamente, sem condicionalidades. A razão principal é evitar o enfraquecimento político dele e do Rajoy, acompanhado de crescente sentimento anti-europeu, que poderia gerar grande instabilidade política e tornar inviavel a implementação das reformas necessárias a retomada do crescimento nos dois paises. Esta, no entanto, não é a unica, como ele deixa claro na entrevista publicada nesta terça feria no WSJ, em que reafirma a sua leitura a respeito da causa da diferença entre o custo dos titulos da divida pública entre os países da zona do euro, principalmente Italia e Espanha vis à vis Alemanha:
"Germany says that if the market is forcing you to pay high borrowing rates, it means you haven't done enough to fix your local economy. This view neglects the fact that high spreads in the recent past also reflect market fears of a breakdown of the euro"
e explica porque não é correto a Italia ter que solicitar a intervenção do fundo de resgate:
"What we ask is that European authorities certify Italy's good conduct by translating
that into interventions to keep spreads within reasonable limits."
E alerta, mais uma vez para o risco que corre a Alemanha:
"I have often told Merkel that, if this isn't done, she risks finding herself before an Italian parliament that repudiates Europe, monetary stability and the euro and is not friendly toward Germany,"
Merkel parece concordar, pelo menos em público, com a demanda, haja vista, a declaração de apoio e de confiança expressa pelo seu porta voz ontem. Difícil saber se este apoio será traduzido em medidas concretas, como as prometidas pelo Draghi. Por falar nele, há indicações de sucesso crescente na sua ardua tarefa de convencer os demais membros do "board de governance"do BCE a apoiar a intervenção no mercado de divida secundária.