segunda-feira, 21 de maio de 2012

Chesnais


No fim semana, enquanto tentava sobreviver a uma maldita dor na coluna, li o o que é, provavelmente, o mais recente texto do economista marxista François Chesnais, sobre "as raizes da crise econômica mundial", que será apresentado, por um colega de trabalho, em seminário a ser realizado no dia 29/05/12 - 3ª-feira - 11:15h – Sala 132 - 1º andar do prédio novo (RBM)PUC/SP - Rua Ministro de Godoy, 969
Chesnais apresenta dados interessantes sobre a economia mundial, mas a sua análise, infelizmente, é muita pobre com os chavões tradicionais no campo marxistas sobre superacumulação de produção e superprodução de mercadorias, riqueza abstrata, sede insaciável de mais valia do capital, aumento da pobreza e pauperização dos assalariados. A impressão, ao final da leitura, é que o texto poderia ter sido escrito no inicio do seculo passado. O carater determinista da produção teorica marxista é impressionante, assim como sua aversão moralista ao setor financeiro. É o tipo de análise teorica que sempre agrada, já que não exige grande esforço intelectual, e parece explicar, aparentemente, tudo o que acontece no mundo, sem demandar a discussão e apresentação de propostas pra correção do problema. Afinal, argumentaria um marxista, o sistema não permite correção e a única solução é sua superação pela via recolucionária. Enquanto isto não acontece, nada pode ser feito para minimizar e/ou administrar a crise. Somente nos resta esperar pela parteira...


O fato da taxa de lucro em valores ser diferente daquela que embasa as deciões dos empresários não parece preocupa-lo, mas deveria, já que invalida boa parte da análise por ele apresentada. Alias, no campo da teoria econômica marxista, quase nada sobreviveu ao embate teorico com os neo-ricardianos nos anos 70 do seculo passardo, o que torna o marxismo ainda mais irrelevante e justifica o fato de continuar a ser ignorado pela grande maioria da comunidade dos economistas, como argumenta Brewer em artigo na HOPE(1995).