sexta-feira, 25 de maio de 2012

A última de Berlim...




Em mais uma demonstração de falta de tato, a Alemanha, segundo a Spiegel, deverá apresentar uma proposta de "European Special Economic Zones", para solucionar os problemas dos países em dificuldades na zona do euro. Ela inclui incentivos fiscais; reforma do mercado de trabalho na linha da adotada pela Alemanha, com maior facilidade de demissão e menor contribuição social; fundo pra gerir o processo de privatização das empresas estatais; sugestão de adoção do sistema educacional alemão. O recado é bem claro: para receber nosso dinheiro, voce deverá, antes, adotar o nosso modelo de economia. É fato que o ele mostrou uma capacidade incrivel de resistência as turbulências econômicas e é um bom ponto de partida, mas é preciso lembrar que ele é o resultado da própria evolução/reforma do modelo alemão que surgiu no pós guerra e seria um equivoco imaginar ser possível exporta-lo, sem as devidas, adaptações para o resto da zona do euro. É merito dos alemães terem reconhecido e implementado as mudanças em seu modelo. Os italianos deveriam ter o feito o mesmo com o seu, porém, optaram por acreditar no conto de fadas vendido pela figura nefasta que dominou a política italiana por um período demasiado logo ate mesmo para os padrões deles. É reformar é preciso, também, na Espanha; já na Grecia a situação é um pouco mais delicada e a palavra mais apropriada é a refundação do seu Estado.

A proposta alemã, ainda não oficial, tem tudo para entrar para lista de outras tantas natimorta e, por isto mesmo, é a cereja do bolo de mais uma semana de faniquitos a espera do resultado das eleições gregas. Até lá, a pressão sobre o eleitorado grego deverá somente aumentar visando a obtenção do único resultado que interessa a Bruxelas: uma maioria favorável ao respeito as medidas de austeridade. Á idéia, ventilada ate por analistas respeitáveis, sobre a inevitabilidade da saída da Grecia é parte desta estratégia.