quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nos que sonhamos o impossível...



Em reunião esta noite, um dos participantes observou que no ambiente cultural nos anos finais da segunda metade dos anos 70, na USP, se fazia presente dois temas: a defesa da justiça e da democracia. No caso desta última não se resumia, apenas, ao seu restabelecimento, mas, também, e principalmente, na defesa de uma idéia de democracia em processo, permanente, de aprofundamento. Segundo ele, nada disto se faz presente no ambiente cultural atual. Muito pelo contrário. Hoje há quem defenda, abertamente e sem nenhum pudor, a desigualdade social e o aprofundamento da democracia sequer é mencionado. Concluiu, sua intervenção, lamentando, que passados mais de trinta nos, os problemas que a todos mobilizava, naquele período, não foram solucionados. Em rapido bate papo, depois da reunião, argumentei que os numeros não justificavam o seu pessimismo: o país está muito melhor e as mudanças são visiveis, por ex, na periferia sul da cidade de sp. Como ainda se mostrava cético, lembrei do aumento da oferta de bens culturais iniciado na administração da Marta e ampliado nas que a ela se seguiram. Em esforço final, para convence-lo, recordei das diferenças gritantes dos bairros dos endinheirados na Europa e Estados Unidos. Concordou, somente com a minha descrição deste último.

Não entendo esta forma de pessimismo, ainda que compreenda a falta de paciência com o lendo progresso na redução das desigualdades sociais, principalmente, pelo fato do país passar por um de seus melhores momentos econômicos.O fato é, que mesmo reconhecendo que o processo poderia ser um pouco mais rápido, as expectativas daquele período não eram realistas,. Não existem receitas magicas e um mundo socialmente menos injusto ainda parece ser o melhor objetivo. Em outras palavras, ele diria, voce está afirmando que a desigualdade pode ser reduzida, mas não eliminada. Para esta questão, não tenho resposta. Alguem tem?