A decisão do Amorim foi correta ou é mais uma demonstração dos, vários, equívocos da política externa brasileira? Um importante e, raridade na área, conceituado jornalista a considerou uma traição ao Mercosul e, principalmente, a Argentina ainda envolta em uma crise política interna. Um colega lembrou da reação, segundo ele, equivocada no “affair” boliviano. Alias, ele não foi o único.
Na minha, modesta opinião, a reação, nos dois casos, foi correta. A aparente “benevolência”, no caso boliviano, oferece maiores ganhos no médio e longo prazo que os aplausos que a truculência poderia ter angariado junto aos nossos imperialistas. No caso da OMC, prevaleceu o interesse nacional, que exigia o abandono da defesa da posição Argentina. Considerá-la traição é demonstrar apego a uma visão ingênua das relações internacionais e ignorar o papel do interesse nacional que, dúvido, tenha sido, em algum momento, colocado de lado pela Argentina.
É tolice comparar o poder de fogo brasileiro, com o da Índia e China, não tanto pelo poder econômico, mas, principalmente, pela posição geopolítica de ambas no tabuleiro internacional.