Céu azul , muito sol: ate parece verão. O inverno paulista é sempre cheio de surpresas. O mesmo, infelizmente, não se aplica aos artigos do representante do espirito de Barão Geraldo na Folha. É o de sempre: o apocalipse nos espera na próxima esquina.
Já o artigo do representante da turma da Gávea é muito interessante. Para ele “engana-se quem acha que a comunidade dos economistas, a começar pelos de formação e persuasão convencional, está satisfeita em ver o Brasil na vergonhosa posição de campeão mundial de juros “. Mas então qual a explicação para posição brasileira neste campeonato? A resposta : “o Brasil não tem juros altos por que o BC é monetarista ou neoliberal, mas por que o crédito público no Brasil, ou as nossas contas públicas, ainda estão muito desarrumadas para que tenhamos juros de Primeiro Mundo.
Difícil discordar deste diagnóstico. Ate o mestre da turma do Barão Geraldo concorda. Contudo, sabemos que um diagnóstico correto, no âmbito da política econômica, não leva ,necessariamente, à medidas adequadas para solucionar o problema. Há sempre a variável política, mais precisamente o ciclo político. Não é a primeira e , dificilmente, a última vez em que ele interferi nas decisões de política econômica. Nem por isso me parece ser correto vociferar contra o grande beneficiário: o político. Ele é parte do jogo político em um sistema democrático, que não é perfeito, mas é de longe melhor que a solução alternativa dos sonhos, reprimidos, dos extremos à esquerda e à direita.