A ciência econômica , como outras áreas do conhecimento no passado, não está imune a tentação da busca da pedra filosofal. No caso da economia um modelo de política econômica que consiga domar a virulência do ciclo econômico e se possível, melhor ainda, eliminá-lo de vez. Vários modelos foram testados ao longo das últimas décadas, com resultados bastante satisfatórios na domesticação/administração, mas não na eliminação do ciclo.
Para as várias correntes marxistas, tal busca é inútil, já que seria impossível a regulação do capitalismo. Para os austríacos a tentativa simplesmente posterga no tempo o inevitável com o agravante de torná-lo ainda mais penoso: a purgação é parte da dinâmica do capitalismo . A visão otimista fica relegada aos keynesianos que se negam a adotar a atitude fatalista das correntes acima mencionadas.
A posição dos marxistas é confortável, já que não estão preocupados com administração do capitalismo, mas com a superação e construção de um outro sistema econômico. Contudo, quando chamados a assumir o fardo da gestão da política econômica, recorrem a um mix de keynesianismo e monetarismo com resultados sofriveis. Já os austríacos, nunca tiveram, me parece, a oportunidade de gerir a política econômica, o que demonstra certa coerência, mas, também, não deixa de ser uma posição fácil.