domingo, 20 de julho de 2008

O avvocato, o bruxo e o eterno retorno

Segundo o colunista da Folha online, Kennedy Alencar “O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, quase deixou o cargo na virada de abril para maio.” Sendo que “havia duas opções na cabeça de Lula: indicar o diretor de Normas do Banco Central, Alexandre Tombini, que tem se dado melhor com a Fazenda nas discussões econômicas, ou tentar convencer o relutante economista Luiz Gonzaga Belluzzo a assumir o posto”.

No caso da “hipótese Belluzzo, havia chance de o superávit primário ser elevado para, pelo menos, 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Seria uma forma de evitar reação negativa do mercado a um economista visto como desenvolvimentista e descrito por ele próprio como "keynesiano". Belluzzo tem defendido um aperto fiscal até maior nas reuniões internas do governo, das quais participa na condição de conselheiro. Lula já o convidou a assumir postos na área econômica, mas ele recusou.”

Já “Na alternativa Tombini, o governo avalia que o mercado o receberia bem”

Felizmente, fomos salvos pelo retorno da inflação.

Estranha esta paixão do Presidente pelos conselhos do “avvocato”. Ouvi-lo não custa nada, mas dai a levar seus conselhos a sério e ate mesmo convidá-lo a assumir um posto na área econômica é um exagero. É verdade que o Presidente nutre, também, grande apreço pelos conselhos do Bruxo. Neste caso, me parece que a Síndrome de Estocolmo ainda é a melhor explicação. Resta, ainda, outra o explicação pelo apreço a essas duas figuras: a magia do milagre econômico e do plano cruzado.

No caso do “avvocato”, como observa o Alencar, o preço a pagar seria um superávit primário ainda mais elevado que o atual. Fico imaginando se este seria o único pagamento demandado: dado o pouco respeito do mercado pelas tolices que se passa por economia em Barão Geraldo, não é difícil imaginar a reação dele a indicação do grande mestre desta turma para a Presidência do Bacen. Realmente o Presidente tem muita sorte.


Enquanto o grande mestre opta por ficar fora do governo a turma do Barão Geraldo com cargos na área econômica continua com seu projeto de criação de grandes empresas nacionais. O modelo continua sendo o mesmo, Coréia do Sul, e já sentimos um dos resultados desta experiência: a corrupção. Resta esperar e torcer pelos resultados positivos da experiência sul coreana.