quinta-feira, 31 de julho de 2008

Noite

As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.

Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.


Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.


Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono em ensaio de morte.


No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente.


Menotti Del Picchia